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domingo, 10 de julho de 2011

Entrevista sobre BRUXISMO DO SONO no O GLOBO.

CONTRA BRUXISMO, PLACA E TERAPIA.

Por: Antônio Marinho (amarinho@globo.com.br)
SAÚDE - O Globo. Domingo, 10 de julho de 2011. 

Na coluna "Qual é o seu problema", o tema escolhido pelos leitores do GLOBO para esta semana foi Bruxismo do Sono.
  • Dentes desgastados, dores na face e de cabeça podem ser consequências do ranger de dentes durante o sono, conhecido como Bruxismo.
Segundo o dentista Fausto ITO, membro da Associação Brasileira do Sono e especialista no assunto, o bruxismo pode ter várias causas, inclusive o estresse e o consumo de cafeina em excesso. O tratamento inclui o uso de placa dentária, reabilitação com dentista e técnicas de relaxamento.

O que caracteriza o Bruxismo?

FAUSTO ITO: O termo vem do grego brychein, que significa ranger de dentes e se caracteriza por movimentos ritmados involuntários de contração dos músculos da face. Geralmente é um ato inconsciente e associado ao ato de despertar por alguns segundos (de 3 a 15 segundos) com fragmentação do sono. Tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, com cafeína e, principalmente, o estresse são fatores que podem desencadear ou agravar o bruxismo. O problema primário não está relacionado a qualquer causa médica e parece ser um distúrbio crônico com evolução a partir da sua manifestação na infância ou adolescência. Já o bruxismo secundário está associado com outros transtornos, como neurológico (por exemplo, doença de Parkinson) e psiquiátricos (depressão). Também pode estar relacionado com a distúrbios respiratórios do sono, como a apneia e ao uso de drogas, como as anfetaminas.

Como é o diagnóstico?  

ITO: Normalmente é detectado pelo dentista devido ao desgaste dos dentes. Clinicamente é baseado no relato de ranger de dentes associado à dor ou tensão nos músculos da face ao acordar ou nas articulações temporo-mandibulares próximas ao ouvido. O desgaste anormal dos dentes e a hipertrofia do masséter são sinais que ajudam, mas o ideal é que o profissional solicite o exame do sono (polissonografia), que identificará os episódios de bruxismo. É importante que a polissonografia tenha canais específicos para registrar corretamente os movimentos e registro audiovisual para que seja gravado o som de ranger de dentes e sejam excluídas outras atividades mandibulares, como a salivação, deglutição, tosse, vocalização, que representam mais de 30% das atividades bucais durante o sono e que podem ser confundidas com os episódios de bruxismo.

Quais são os problemas que o bruxismo pode causar?

ITO: O bruxismo ocorre em qualquer faixa etária, sendo que acima de 11 anos varia entre 14% e 20%. Em adultos jovens, entre 18 e 29 anos de idade, a incidência é de 13%, diminuindo ao longo da vida para 3% em indivíduos acima de 60 anos. As consequências do são dores na musculatura do rosto, especialmente no masséter, desgaste acentuado e fratura de dentes, disfunção mandibular, dor nas articulações e na região dos ouvidos, sonolência excessiva durante o dia, dor de cabeça matinal e mau humor.

Qual é o tratamento?

ITO: O Mais recomendado é o uso de placa de oclusão personalizada e fabricada com resina acrílica. Junto com a placa é recomendável a prática de atividade física, a diminuição do estresse e a melhora de hábitos relacionados ao sono. O tratamento inclui ajuste das superfícies irregulares dos dentes , reabilitação dos dentes desgastados e, por fim, a instalação das placas oclusão que serão usadas durante o sono para manter a musculatura relaxada e proteger dos dentes. Esse tipo de terapia ajuda a preservar os dentes, as articulações e toda a estrutura de suporte como osso em volta do dente e a gengiva. Outros tratamentos como treinamento psicofisiológico (Biofeedback) e medicamentos, podem ser indicados, mas ainda não há comprovação para justificar seu uso, especialmente a longo prazo. Os fármacos podem ser receitados em casos agudos e graves por um período curto e os mais utilizados são os benzodiazepínicos, anticonvulsivantes, antidepressivos e relaxantes musculares.

Instalação das placas oclusais.

* Mais informações: http://www.itoclinica.com.br/  
 



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