Entenda melhor esta perigosa relação.
Embora nem todos os adultos precisem do mesmo número
de horas de sono, acredita-se que menos de 6 horas de sono por noite, de forma
crônica, pode ter consequências negativas para o corpo e para o cérebro.
Estudos epidemiológicos e laboratoriais sugerem que a
falta de sono pode aumentar os riscos de diabetes e obesidade. A relação entre
a restrição do sono, ganho de peso e o risco de diabetes se deve a alterações
no metabolismo da glicose, ao aumento do apetite e a diminuição do gasto
energético - sedentarismo.
Metabolismo da Glicose
A redução das horas de sono está associada a redução
da tolerância à glicose e ao aumento da concentração de cortisol no sangue. A
tolerância à glicose é a forma como o organismo controla a disponibilidade de
glicose no sangue para os tecidos do corpo e o cérebro. Em períodos de jejum, o
elevado nível de glicose e insulina no sangue indica que a distribuição da
glicose pelo organismo é realizada de forma inadequada. Há evidências que
demonstram que a baixa tolerância à glicose é um fator de risco para o diabetes
tipo II.
Estudos sugerem que a restrição do sono, a longo prazo (menos de 6 horas/noite), pode reduzir a tolerância à glicose em 40%.
Aumento do Apetite
Uma pesquisa realizada demonstrou uma relação significativa
entre poucas horas de sono e o aumento no índice de massa corporal (IMC). A
reduzida duração do sono está associada a alterações hormonais que controlam a
fome. Os níveis de leptina (hormônio que sinaliza a saciedade) baixam, enquanto
os níveis de grelina (que estimula o apetite) aumentam. Estes efeitos são
observados quando a duração do sono é inferior a 6 horas. Esta situação sugere
que a privação do sono é um fator de risco para a obesidade. Em outro estudo
realizado numa população masculina saudável, descobriu-se que uma média de 4
horas de sono/noite está associada a um desejo significativo de alimentos
calóricos, com um conteúdo mais elevado de carboidratos (como pães, doces e
salgados) além de frituras. Estes indivíduos também relataram ter mais fome ao
longo do dia.
É necessário levar em consideração que quanto menos
horas se dorme, mais tempo se tem para comer e beber. Existem estudos que
mostram que este é um fator que contribui significativamente para o aumento de
peso.
Referências:
1.
Knutson
K.L. et al. (2007). The metabolic consequences of sleep deprivation. Sleep Medicine Reviews 11(3):159-62.
2.
Spiegel K.
et al. (2005). Sleep loss: a novel risk factor for insulin resistance and Type
2 diabetes. Journal of Applied
Physiology 99:2008-19.
3.
Van Cauter
E. et al. (2007). Impact of sleep and sleep loss on neuroendocrine and
metabolic function. Hormone Research
67:2-9.
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