Entenda um pouco mais sobre os Distúrbios respiratórios do Sono.
Durante o período fértil as mulheres estão protegidas dos distúrbios respiratórios do sono (ronco e as apneias) pela presença da progesterona e do estradiol, por exemplo, porém sofrem mais de insônia devido à oscilação desses mesmos hormônios em função do ciclo menstrual.
O ronco é o primeiro sinal de alerta que o corpo emite para avisar que alguma coisa errada está acontecendo com a respiração durante o sono. Geralmente se manifesta em mulheres após a menopausa, e começa a piorar quando esses ruídos estão intercalados pelas apneias (interrupção da respiração). Essas paradas respiratórias repetitivas ao longo da noite diminuem a oxigenação do organismo, fragmentam o sono e por causa disso impedem que pessoa atinja os estágios profundos do sono.
Esse sono de má qualidade provoca mau humor, dores de cabeça ao acordar, perda de memória e sonolência excessiva durante o dia. Esta última representa grande perigo porque aumenta as chances da pessoa se envolver em acidentes graves de trânsito e de trabalho. Com o passar do tempo, o sono fragmentado causa alterações metabólicas sérias que deixam a pessoa suscetível a doenças crônicas como alterações cardíacas, obesidade, diabetes, queda da imunidade, impotência, câncer e derrame (AVC).
Sem dúvida os homens roncam mais do que as mulheres, principalmente os que estão acima do peso e com idade acima dos 35 anos. Para cada 3 homens 1 mulher ronca, sendo que essa relação se iguala após a menopausa. De acordo com estatísticas, cerca de 50% da população brasileira ronca ou se queixa de qualidade de sono ruim.
É importante entender que os distúrbios do sono podem ter diversas causas. No caso dos homens a própria testosterona, hormônio masculino, contribui para o colapso dos músculos da garganta porque causa um relaxamento maior. Além disso, a tendência do homem é acumular tecido gorduroso ao redor do pescoço, no tórax e no abdômen o que dificulta a respiração. A situação pode se agravar se a pessoa fuma, bebe ou é sedentária.
Outro fator relevante para ambos os sexos é o queixo pequeno ou posicionado para trás, que anatomicamente, deixa a passagem de ar mais estreita na região da garganta e favorece a ocorrência dos roncos e das apneias.
Efetivamente ainda não foi descoberta a cura para o ronco. O importante é diagnosticar o problema por meio do exame do sono (polissonografia) e em seguida iniciar o tratamento. Atualmente existem algumas terapias para melhorar a respiração durante o sono e devolver a qualidade de vida às pessoas que padecem desses distúrbios.
A forma de terapia mais aceita pelas pessoas são os aparelhos bucais que provocam um leve avanço no queixo para evitar que a língua deslize em direção a garganta e obstrua a passagem do ar durante o sono, pois são fáceis de se adaptar e transportar. Outras formas de tratamento são os exercícios fonoaudiológicos para tonificar a musculatura da garganta; o CPAP que injeta ar pelo nariz por meio de máscara nasal e as cirurgias ortognáticas (que deslocam a mandíbula para frente) e de correção e desobstrução de nariz. A reposição hormonal também pode ser indicada para as mulheres menopausadas. Existem também as medidas comportamentais que tem por objetivo modificar hábitos inadequados com relação ao sono e que podem ser utilizadas em conjunto com qualquer tipo de tratamento, conhecidas por Higiene do Sono.
* Acesse o link abaixo e confira a entrevista completa do Dr. Fausto ITO para a Globo News:
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