O problema pode se agravar após a menopausa.
Por Andressa Monteiro - O Estado RJ.
monteiroac@hotmail.comNão são apenas os homens que sofrem à noite. Roncar é um problema que muitas mulheres enfrentam na hora de dormir. Porém, o ruído não deve ser encarado como motivo de vergonha, mas sim como um sinal de cuidado. Elas podem desenvolver uma doença chamada apneia do sono que tem como principal sintoma o ronco.
Cerca de 50% da população brasileira ronca. A cada três homens, uma mulher sofre com o problema. A relação se iguala após a menopausa. Outro fator relevante para ambos os sexos é o queixo pequeno ou posicionado para trás, que anatomicamente deixa a passagem de ar mais estreita na região da garganta e favorece a ocorrência dos roncos e das apneias.
O especialista em distúrbios do sono, Dr. Fausto Ito, explica que as mulheres sentem constrangimento por incomodar o marido, amigos ou parentes, especialmente, durante férias ou viagens de trabalho. Além de ser um forte incômodo, o ronco é motivo de brigas constantes entre os casais e pode resultar até em divórcio.
Uma noite mal dormida causa mau humor, dores de cabeça, perda de memória e sonolência excessiva durante o dia, o que representa grande perigo, pois as chances da pessoa se envolver em acidentes de trânsito e de trabalho é maior. Com o passar do tempo, o sono fragmentado pode gerar alterações metabólicas como doenças cardíacas, obesidade, diabetes, queda da imunidade, impotência, câncer e derrame (AVC).
A estudante Viktoria Liebold, 21, tinha problemas ao dormir e antes de procurar um médico comprou um dilatador nasal vendido em farmácias. “Foi um desperdício de tempo e dinheiro, pois nada foi resolvido. O ideal é procurar um médico. Só ele indicará o tratamento certo para o seu caso.”, afirma Viktoria.
No caso de mulheres com mais de 40 anos ou em período de menopausa, há a perda de proteção hormonal que pode levar a apneia do sono ou ao ronco. Durante o período fértil as mulheres estão protegidas dos distúrbios respiratórios devido à presença da progesterona e do estradiol, porém sofrem de insônia devido a oscilação destes mesmos hormônios em função do ciclo menstrual.
Tudo dependerá de fatores genéticos, diferenças anatômicas e funcionais da faringe e a produção de hormônios. A mãe de Viktoria, Elizabeth Liebold, 52, também ronca. “Provavelmente por causa da idade e o aumento de peso, o meu ronco se tornou cada vez mais forte e frequente”, diz a professora.
Para o Dr. Fausto Ito, o importante é diagnosticar o problema por meio do exame do sono (polissonografia) e em seguida iniciar o tratamento. A forma de terapia mais aceita são os aparelhos bucais que provocam um leve avanço no queixo para evitar que a língua deslize em direção a garganta e obstrua a passagem do ar.
Há também os exercícios fonoaudiológicos, máscaras nasais, cirurgias ortognáticas (que deslocam a mandíbula para frente) e as de correção e desobstrução de nariz. Existem medidas comportamentais com o objetivo de modificar hábitos inadequados em relação ao sono e que podem ser utilizadas em conjunto com qualquer tipo de tratamento. Dependendo do caso, pode haver a necessidade da atuação destes profissionais simultaneamente.
* 10 dicas para uma boa noite de sono:
1. Colabore com o seu relógio biológico. Durma e acorde sempre no mesmo horário;
2. Emagreça. Porém, a atividade física deve ser evitada próximo ao horário de dormir;
3. Deixe o seu quarto escuro para favorecer o sono;
4. Evite o consumo de bebidas alcoólicas perto da hora de dormir;
5. Não leve preocupações para a cama. Isso causa ansiedade e afasta o sono;
6. Evite fumar. O cigarro provoca inflamação nos tecidos da faringe que dificulta a passagem do ar;
7. Evite bebidas estimulantes como café, energéticos e refrigerantes;
8. Procure fazer refeições leves na hora do jantar. Evite dormir de estômago cheio;
9. Não durma de barriga para cima. Nesta posição o ronco tende a ser mais intenso;
9. Não durma de barriga para cima. Nesta posição o ronco tende a ser mais intenso;
10. Evite remédios para dormir sem prescrição médica.
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