O ronco é a forma mais comum do organismo se expressar diante de uma dificuldade respiratória que ocorre durante o sono. O problema começa a se agravar quando esses ruídos estão acompanhados de repetidas pausas na respiração (apneias) devido à obstrução das vias aéreas. A duração mínima de cada parada na respiração, em adultos, é de 10 segundos podendo atingir 90 segundos.
A síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) é um problema de saúde pública em que a pessoa deve estar atenta aos principais sinais e sintomas. A SAOS pode atingir ambos os sexos em qualquer faixa etária, mas é mais frequente em homens acima do peso por volta dos 40 anos e mulheres pós-menopausa. Quando não tratada as consequências da SAOS são quadros graves de sobrecarga cardiorrespiratória, em função da queda dos níveis de oxigênio no sangue, sonolência excessiva durante o dia, baixo desempenho intelectual, sexual e no trabalho, além de, cansaço crônico, sono agitado, irritabilidade, mau humor e lapsos de memória.
A maioria desses desses sinais e sintomas são perceptíveis e são eles que podem levar a pessoa ou o seu parceiro (a) a procurar ajuda de um especialista.
É importante esclarecer que a polissonografia é o único exame capaz de diagnosticar e quantificar os diversos distúrbios do sono, dentre eles, o ronco e as apneias obstrutivas. Por meio desse exame o médico poderá concluir se o paciente é portador de roncopatia ou se possui algum grau de apneia que pode ser leve, moderada ou grave.
Atualmente, existem diversas formas de tratamento para o ronco e apneia que podem ser utilizadas em função da gravidade e das particularidades de cada pessoa. Porém, devido à complexidade da doença, justifica-se o tratamento multiprofissional com médicos, dentistas, fonoaudiólogos, nutricionistas entre outros.
Pacientes com roncopatia, apneia leve e moderada podem se beneficiar com o uso de aparelho bucal de avanço mandibular para eliminar o ronco e normalizar os índices de apneia e de microdespertares.
Outro exemplo é o caso de apneia grave, associado à obesidade, com repercussões cardíacas e metabólicas para o qual é indicado o aparelho de pressão positiva e contínua, conhecido como CPAP.
De forma didática, os tipos de tratamento para ronco e apneia do sono incluem: emagrecimento e higiene do sono; CPAP; aparelhos bucais; cirurgias de desobstruindo nasal e ortognáticas ou ainda a combinação de algumas dessas terapias.
O que temos constatado é que a abordagem de diferentes profissionais da área de saúde possibilita melhores resultados clínicos, que reflete na segurança do paciente quanto ao tratamento proposto. Em média aguardamos o tempo de 4 a 8 meses de acompanhamento para solicitar a polissonografia de controle e comparar os resultados.
É evidente que a combinação de terapias depende muito da motivação e cooperação do paciente, além do conhecimento técnico, compromisso e da integração dos profissionais envolvidos.
Na literatura existem várias técnicas de aparelhos bucais para tratamento do ronco e/ou da apneia do sono. Algumas com registros em órgãos federais ou certificadas pelo FDA cada qual com suas vantagens e desvantagens. É de responsabilidade do dentista a execução, acompanhamento e intervenção para controlar efeitos colaterais e otimizar resultados com aparelhos bucais.
O objetivo dos aparelhos bucais é anteriorizar a mandíbula para evitar que a língua deslize em direção a garganta e obstrua a passagem de ar durante o sono.
Fonte: Jornal do Brasil - RJ. Terça-feira, 07 de Abril de 2009 - 00:00.
Nenhum comentário:
Postar um comentário