Pesquisar este blog

Total de visualizações de página

domingo, 29 de novembro de 2009

Sonolência no trabalho?


Por Dr. Fausto Ito.

A sonolência excessiva durante o dia é uma queixa muito comum em consultórios de profissionais que tratam de distúrbios do sono. Estima-se que a sonolência excessiva está presente em torno de 14% da população geral.

A sua importância reside no fato de que ela está relacionada com graves consequências para o indivíduo, no que diz respeito a queda na sua qualidade de vida como no desempenho das suas atividades profissionais, intelectuais e envolvimento em acidentes de trânsito e trabalho.

As pessoas que não dormem bem, tanto em termos quantitativos e principalmente, qualitativos, apresentam com frequência resposta mais lenta aos estímulos externos e graus variados de dificuldade de concentração, de raciocínio e reflexos.

As repercussões no desempenho cognitivo observadas nessas pessoas são resultantes da diminuição do fluxo sanguíneo no cérebro que ocorre durante o sono.

O déficit cognitivo pode comprometer gravemente a habilidade das pessoas de desempenhar uma série de atividades, dentre elas a capacidade de dirigir de maneira segura.

Inúmeras são as causas da sonolência e, sabidamente, ela é afetada por hábitos inadequados de sono, pela idade, pelo uso de medicamentos, estilo de vida, álcool e drogas. Dentre as causas, o ronco, as apneias (paradas na respiração durante o sono) e a narcolepsia são as mais frequentemente encontradas em pessoas com sonolência grave.
A pessoa que dorme mal, fatalmente, é mais lenta, mal humorada, apresenta uma sensação persistente de cansaço, é menos produtiva e poderá ser rotulada, injustamente, de "preguiçosa". Fatores como estresse, obesidade, depressão, ronco, diminuição da libido, dificuldade de raciocínio, de concentração, lapsos de memória além da queda no rendimento intelectual e da libido são indicativos desse distúrbio, assim como os acidentes de trabalho e de trânsito.

Existe uma escala de sonolência chamada Epworth utilizada mundialmente para ajudar na investigação desses distúrbios. É um teste simples cujo interesse é saber qual a probabilidade de uma pessoa cochilar ou adormecer em determinadas situações:

Veja a seguir e faça o seu próprio teste.

Utilize a escala apresentada abaixo para escolher o número mais apropriado para cada situação:

A) nenhuma chance de cochilar

B) pequena chance de cochilar

C) moderada chance de cochilar

D) alta chance de cochilar

SITUAÇÃO / CHANCE DE COCHILAR

Sentado e lendo.

Assistindo TV.

Sentado em lugar público, sem atividade (sala de espera, cinema, teatro, reunião).

Como passageiro de trem, carro, ônibus, andando 1 hora sem parar.

Deitado para descansar a tarde quando as circunstâncias permitem.

Sentado e conversando com alguém.

Sentado calmamente, após almoço, sem álcool.

Se estiver no carro, enquanto para por alguns minutos no trânsito intenso.

Some a sua pontuação:

A - ZERO

B – 1 PONTO

C – 2 PONTOS

D – 3 PONTOS


RESULTADO:

0–9 Normal

10 – 15 Sonolência leve

16 – 20 Sonolência moderada

21 – 24 Sonolência grave


* Artigo publicado no Portal Projeto Diário: http://www.projetodiario.com.br/

domingo, 22 de novembro de 2009

Estresse e Distúrbios do Sono

O Grito - Edvard Munch (1893).

Por: Dr. Fausto Ito.

A palavra estresse foi definida inicialmente no século XIX, por engenheiros ingleses que utilizaram o termo para designar a tensão resultante de força aplicada a um corpo. Para a ciência da saúde, estresse é um mecanismo normal, adaptativo, necessário e benéfico para o ser humano cujos efeitos, tais como, aumento da pressão arterial, da frequência respiratória, dilatação da pupila, são adaptações úteis em momentos de perigo ou tensão.

Atualmente, o estresse é reconhecido como fator presente na origem de diversas doenças e em muitas causas de distúrbios do sono (insônia, bruxismo, ronco, apneias). Devido ao estresse o equilíbrio do corpo é rompido e cada órgão passa a trabalhar de forma descompassada começando a fase inicial do estresse.

Conforme citado, a resposta ao estresse é adequada diante de uma situação de perigo. Porém, se alguém experimenta uma resposta prolongada, aumenta as chances de contrair uma doença relacionada ao estresse. Em alguns casos, devido ao trabalho, estudos ou estilo de vida, a pessoa tende a dormir menos do que necessita. Por exemplo, "workaholics" e vestibulandos, cujas motivações são importantes para permanecerem acordados, terminam em exaustão, caracterizando o estresse. Outro exemplo, são os atletas e suas inevitáveis lesões por estresse.

O sono desempenha um papel fundamental para a reposição de energias, manutenção do equilíbrio metabólico e para o desenvolvimento físico e mental. Por outro lado, a privação do sono ou o sono de má qualidade, provoca uma série de alterações que prejudicam a capacidade de raciocínio e favorecem o desenvolvimento de infecções, obesidade, hipertensão e diabetes.

A fadiga e a sonolência excessiva durante o dia (SED) são os sintomas mais comuns causados pelo estresse e pelos distúrbios do sono. O estado de tensão prolongada provoca múltiplas alterações acarretando queda de desempenho no trabalho com graus variáveis de absenteísmo podendo iniciar uma série de distúrbios psicológicos, familiares, sociais além da queda na qualidade de vida.

Em um estudo realizado pela Universidade de Chicago (EUA) sobre a privação do sono, 11 pessoas com idade entre 18 e 27 anos foram impedidas de dormir mais de 4 horas por noite durante 6 dias. Ao final do teste, os resultados demonstraram que o funcionamento do organismo delas era comparável ao de uma pessoa com mais de 60 anos e os níveis de insulina eram semelhantes ao de portadores de diabetes.

É necessário ressaltar o quanto algumas profissões são extremamente mais estressoras do que outras, por exemplo, crianças que são estimuladas a competitividade desde cedo, atletas de alta performance, profissionais de mercado financeiro, engenheiros, trabalhadores em turnos, médicos, caminhoneiros, entre outros.
* Se você tem a intenção de viver mais e com qualidade de vida, então comece dormindo bem, caso tenha dificuldades, procure orientação médica para diagnosticar o problema e não sofrer as consequências posteriormente.

Mais informações: www.itoclinica.com.br 
Tel. (21) 2512 5151