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quinta-feira, 18 de março de 2010

Um pesadelo na hora de ir para a cama

Cerca de 20% das pessoas no mundo sofre de insônia. Malhar é a melhor saída para o problema.
Por: Clarissa Mello.
Jornal O Dia, 16/março/2010.  
Rio - Estudo publicado este mês na revista Sleep Council mostrou que o cansaço extremo causa não só ansiedade, falha de memória e dores musculares. A fadiga também é responsável por sonolência e dificuldades para dormir. Segundo especialistas, o fato de sentir sono durante o dia não significa que a pessoa vai conseguir dormir à noite. E mais: para combater o cansaço e a falta de sono, a solução é fazer exercício físico. O drama é mais comum do que se imagina: mais de 40% da população mundial tem problemas de sono. “Quando o metabolismo está desregulado por conta de rotina estressante, os hormônios que favorecem o sono não são produzidos nos horários adequados. Os resultados são noites mal dormidas e mais cansaço. É um ciclo vicioso”, explica o dentista da Associação Brasileira do Sono, Fausto Ito.

Praticar exercícios físicos regularmente faz com que o corpo libere endorfina e tenha energia para gastar durante o dia. E ainda ajuda a regular o metabolismo e evitar doenças que atrapalham o sono, como diabetes e obesidade. “Quando você faz uma atividade física pela manhã ou até quatro horas antes de dormir, o organismo sente necessidade maior de se recuperar. Isso acontece nas fases mais profundas do sono. No dia seguinte, você acordo melhor e mais bem disposto”, explica Ito.

Entretanto, é bom ficar atento. O especialista não recomenta a prática de exercícios à noite, a não que seja algo relaxante, como ioga. Segundo ele, as atividades produzem substâncias estimulantes, que competem com os hormônios que induzem o sono. “De manhã até às 17h, o corpo produz adenosina que, por volta das 21h, se transforma em melatonina, hormônio do sono. Exercícios à noite atrapalham o processo e podem causar insônia”, explica Ito. O pico de produção da melatonina acontece às 2h da manhã.

Brasileiros dormem uma hora a menos que o ideal
Segundo a pesquisa britânica, 36% dos ingleses dormem mal — somente 6,6 horas por noite, quando o recomendando são oito horas. No Brasil não é muito diferente. De acordo com Fausto Ito, metade dos brasileiros reclamam de falta de qualidade do sono. O dentista também afirma que 42% dos cariocas sofrem de sonolência excessiva durante o dia e que os brasileiros dormem, em média, sete horas por noite. As mulheres são as mais afetadas pela insônia. Já os homens são mais propensos a roncar.
“Os brasileiros são acostumados a dormir no fim de semana o que não dormem durante a semana. Isso é ruim, pois desregula o organismo. O hábito somado à má alimentação e à falta de exercícios físicos piora a qualidade do sono”, explica. Para garantir uma boa noite de sono, o ideal é ter horário regular para dormir e acordar, não usar medicamentos sem orientação médica, evitar café e não comer muito antes de dormir.

Foto: Arte O Dia

sábado, 13 de março de 2010

Saiba mais sobre a Sesta

Por Dr. Fausto Ito. 

"Depois os homens se ergueram e foram dormir a sesta e as mulheres puseram-se a lavar os pratos".

Este trecho extraído de Ana Terra de Érico Veríssimo se refere a uma tradição que surgiu na Europa no século XIII e que mesmo com todo o progresso da humanidade e o ritmo acelerado da vida moderna tende a se espalhar pelo mundo a fora. A sesta é um hábito cultural fortemente arraigado em países como a Espanha, Itália e Portugal. A origem da palavra vem do latim sexta e quer dizer meio-dia – a sexta hora do dia romano que se inicia às 6 da manhã.

Há relatos de que a sesta surgiu como uma reação ao clima e que por isso as pessoas optavam por dormir nas horas mais quentes do dia e trabalhar nas horas mais frescas. É conhecida como um hábito pessoal de repouso após o almoço e que não deve ultrapassar os 40 minutos de duração. Após esse tempo limite, o organismo começa a entrar em sono profundo e despertar durante esta fase do sono pode provocar sensação de cansaço, lentidão e confusão mental.

A Sesta - Vincent Van Gogh (1890)

Hoje, sabemos que a vontade de tirar uma soneca pós-prandial acontece devido a uma coincidência com a queda na temperatura do corpo humano a qual favorece o sono. Tal fato é moderado por neurotransmissores e ocorre em 2 momentos distintos ao longo do dia: o primeiro acontece por volta das 13 horas e o segundo, à noite, às 22 horas para induzir o sono noturno.

Fato é que um cochilo depois do almoço pode fazer um bem enorme para qualquer pessoa e também para as empresas que adotam o método. A técnica da sesta é uma prática agradável que revigora, melhora o estado de alerta à tarde e alivia o estresse. Diversas empresas no mundo, inclusive no Brasil, já disponibilizam instalações para descanso dos funcionários uma vez que essa prática melhora a qualidade de vida e o rendimento no trabalho, principalmente, quando associada à alimentação e estilo de vida saudáveis.

Outra boa notícia é que não existem efeitos colaterais e todos podem se beneficiar dela sejam crianças, adultos, grávidas e idosos. As exceções ficam por conta dos insones devido à possibilidade de prejudicar o sono noturno e as pessoas que sofrem com os distúrbios respiratórios do sono como os roncos e as apneias obstrutivas que fragmentam o sono e provocam sonolência excessiva durante o dia, os quais podem ser mascarados pela sesta.